sábado, 29 de março de 2014

Ainda há esperança...


       Antes de mais nada, queria ressaltar que o blog não é somente como a primeira postagem, mas sim tudo aquilo que eu realmente sinto necessidade de escrever e algo que realmente me chama a atenção.
Sou presidente de um grupo de jovens, chamado Interact Club que tem como intuito ajudar a comunidade como um todo, seja com doações de brinquedos, roupas, comida entre tantos outros que nós fazemos, porém neste sábado dia 29 fizemos algo até então novo para mim e para muitos que ali também estavam. Hoje fizemos um projeto que nada mais era do que levar cultura, algo que foge muito da realidade atual, não somente destas crianças, mas sim de toda uma sociedade alienada em tecnologia. Combinamos de criar um teatro entre nós mesmos e apresentar para algumas crianças de uma comunidade carente de nossa Cidade (Taquaritinga) e também foi sugerido uma leitura de alguns contos famosos como: Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, entre outros... Ao fazermos o teatro, cujo eu também estava na peça me senti totalmente renovado e com um espirito novo pois olhar cerca de 20 crianças com o olhar fixo no começo da peça sem entender muito bem o que estava acontecendo mas sorrindo com cada cena inusitada e brincando com todos nós que ali estavam passando seu dia de descanso para colocar um sorriso em um rosto que muitos vezes esbanja tristeza. Não é de hoje que realmente me emociono com tudo que o Interact proporcional em minha vida, desde que entrei neste clube, me sinto completamente outra pessoa, com uma ideologia muito diferente da anterior que é capaz até de uma pequena menina no Dia das Crianças fazer este pequeno rapaz de 1,90cm cair em lágrimas ao entregar um pequeno presente, algo simples mas que o sorriso, o abraço e o carinho é algo sem comparação.
       Voltando ao dia de hoje, percebi que mais uma vez me emociono e sempre continuarei me emocionando com tudo que acontece aqui neste clube, estávamos nós no momento da leitura quando este pequeno garotinho da foto á cima se mostrou muito atencioso e carinhoso com todos nós, fazendo brincadeiras e com olhares atentos a cada palavra que saía pela nossa boca e não foi somente isso que me chamou a atenção mas sim no final do projeto quando já estávamos para ir embora o garotinho estava conversando com uma de nossas companheiras, Juliana, e o sorriso dos dois era algo incomensurável e que me deixava extremamente vidrado naquela cena, não contente em apenas observar, fui participar da conversa e agachei ao lado do pequeno menino e ele foi logo me abraçando e fazendo caretas e sorrisos de alguém que deve sentir falta deste carinho que nós somos capazes de passa para cada um deles ali e mesmo que não seja todos e sim uma pessoa que conseguimos tocar o coração pra mim estará espetacular.
       Costumo dizer que sou chorão quando se trata de tais assuntos como este e sim, sou mesmo! Essas crianças que muitas vezes não se sentem acolhidos em lugar algum, prestando atenção em cada parte da história, do teatro e no final você ser recompensado com carinho, sorriso e abraços é pedir para o coração bater mais forte e a lágrima escorrer novamente. Ainda há esperança, por isso nós lutamos para isso!

sexta-feira, 28 de março de 2014

Refém.

         Antes de começar a ler este blog, quero que esvazie sua mente e pense em tudo que já viveu até hoje, seja lá qual for sua idade e tire suas conclusões ao terminar de ler este primeiro "post".
        Ao olhar a imagem ao lado, qual a primeira coisa que lhe vem a cabeça? Se foi a atual situação do nosso país onde a forte desigualdade é rapidamente perceptível, parabéns você começou a esvaziar sua mente e focar exclusivamente ao texto. Veja bem, a questão aqui não é atacar o governo e muito menos bancar o revolucionário e dizer frases como: "Nossa, o nosso país é uma droga". Ninguém está dizendo que está tudo as mil maravilhas e que sem dúvida se o poder público tivesse o mínimo de preocupação com a população que os elege e os coloca como os mandatários do País, talvez a situação poderia ser diferente.
        Mas voltando a imagem, o governo é responsável por isso? Certamente! Qual o principal perfil das pessoas que moram na parte menos privilegiadas da imagem? Sim, sem estudo, sem condições para buscar algo maior e ali dentro é altamente perigoso cair em caminhos muitas vezes sem volta. O que seria o necessário para que essa desigualdade diminuísse? Em primeiro lugar o governo investir os impostos que nós pagamos em uma educação de qualidade, muitos desses jovens que moram em morros e favelas até tem o acesso a escola, mas todos nós sabemos e sem hipocrisia alguma o sistema de ensino do país é muito precário, não só na forma de ensino em si, mas o ambiente, a infraestrutura são péssimos, sem contar os professores que não tem o incentivo necessário para que possam conseguir dar a aula.
        Hoje uma sexta-feira finalmente tomei coragem de escrever algo que me incomoda através de uma imagem que vi em um jornal. Imagine a seguinte a cena: Dois homens entram uma casa e fazem o marido e a mulher de refém, no foco da imagem um dos bandidos com a arma apontada para a vítima derrama lágrimas e grita desesperadamente. Um pequeno trecho veio a minha cabeça: "Uma arma na mão, um refém no braço e os olhos tristes, distantes uma lágrima caia com a esperança que um dia todos possam viver bem".
       O homem claramente perdido na cena é o reflexo de uma sociedade construída sem base alguma, óbvio que não se tem a necessidade de tal ato e nem todos se mostram arrependidos como o olhar daquela pessoa mostrava. Mas, devemos culpar essa pessoa? Em minha opinião, é muito difícil julgar esses casos, é claro que ele poderia optar por diversos caminhos que não o levariam nesse momento, mas uma criança que vive em um ambiante hostil, cercado de perigo, drogas e violência para todo lado, certamente a chance de crescer um adulto "problemático" é muito grande ou seja, qual a base desse cidadão quando se vê em dificuldade? Absolutamente nula, o que o leva a cometer estes erros que em muitos casos não tem volta!
     A questão é, não defendo a atitude dessa pessoa de maneira alguma mas indubitavelmente se o governo investisse em uma educação de qualidade e o nosso país fosse um pouquinho que seja, mais justo, talvez futuramente este muro que separa o "rico" do "pobre" possa deixar de existir e termos um País mais justo e igualitário para todos. Será?